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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Converssa de um pai São Paulino e o filho que ainda não sabia pra quem torcer...

Diál­ogo entre um pai bambi e um filho bambi
FILHO – Pai, por que o sen­hor sem­pre diz que tenho que ser são paulino?
PAI – Porque o São Paulo é o mel­hor time do mundo. É o tricolor!
FILHO – Mas ele não foi rebaix­ado para a segunda divisão do campe­onato paulista de 1990 e tiveram que fazer uma manobra para trazê-lo de volta?

PAI – É ver­dade. Mas isso só acon­te­ceu por causa de uma tra­pal­hada da Fed­er­ação Paulista, e, além do mais, já faz muito tempo.
FILHO – Mas em 1990 ele tam­bém não perdeu o título brasileiro pro Corinthians?
PAI – É, meu filho, perdeu. Mas eram out­ros tem­pos, aquele time estava sendo for­mado, o Corinthi­ans tinha Ronaldo, Neto, o está­dio todo a favor. Deixa pra lá.
FILHO – Mas, Pai, o Morumbi não é o está­dio do São Paulo? Então como é que tinha mais corintiano?
PAI – Eles estavam empol­ga­dos porque não acred­i­tavam naquele time e de repente foram pra final. É isso!
FILHO – Mas, Pai, dos 10 maiores públi­cos da história do Morumbi, 6 são do Corinthi­ans, sendo que o recorde abso­luto com mais de 145 mil pes­soas em 1977 tam­bém é dele. O dono do está­dio não dev­e­ria ter esses recordes?
PAI – Tá, fil­hão, tudo bem, a tor­cida deles é maior que a nossa, vai muito mais ao está­dio, e daí? Isso não ganha jogo.
FILHO – Mas, então por que nos con­fron­tos dire­tos o placar está em 105 vitórias do Corinthi­ans con­tra 86 do São Paulo?
PAI – Merda, filho. Isso é porque eles deram muita sorte con­tra a gente. Não mere­ciam gan­har metade desses jogos. O que importa é que temos mais mundi­ais que eles.
FILHO – Mas, Pai, minha pro­fes­sora de geografia me ensi­nou que o mundo tem 5 con­ti­nentes: América, Ásia, Ocea­nia, Europa e África. Se a final era entre um time da América do sul con­tra um europeu, pode ser chamado de mundial? Na Europa eles chamam isso de “Torneio Inter­con­ti­nen­tal”. 1 con­ti­nente e ½ é mundo, pai?
PAI – Não inter­essa! Isso vale muito mais do que aquele torneio de verão que o Corinthi­ans ganhou.
FILHO – Mas aquele torneio de verão teve os campeões dos 5 con­ti­nentes, mais o campeão do país sede, que, por acaso, era o Brasil e que, por acaso, tinha o Corinthi­ans como bi-campeão nacional. Além disso, tinha a chancela da FIFA, enquanto o do Japão só tinha o da mon­ta­dora de veícu­los, não é mesmo? Então está 1 a 1 em títu­los mundi­ais não é, pai?
PAI – Cê tá de sacan­agem, né, filho?! Que con­versa é essa?
FILHO – Sabia que a Copa Toy­ota nem existe mais, pai? Se era tão boa, por que acabou?
PAI – É que agora a FIFA resolveu fazer um mundial ofi­cial dela, com rep­re­sen­tantes de todos os continentes.
FILHO – Ah, entendi. Como aquele de 2000, né, pai?
PAIAAAAAIIIIIIII, que raaaaaaaaaaiva! É, filho, como aquele de 2000.
FILHO – Pai, por que a copa Toy­ota era trans­mi­tida para cerca de 30 países com audiên­cia esti­mada em 400 mil­hões de pes­soas e o Mundial de 2000 foi trans­mi­tido para 63 países com audiên­cia supe­rior a 1,5 bilhão?
PAI – Não sei, moleque. Pára de fazer per­gunta cretina!
FILHO – É cre­tinice per­gun­tar por que a maior audiên­cia da história do SBT foi a final da Copa do Brasil de 95, ven­cida pelo Corinthi­ans, com 45 pon­tos de audiên­cia, a maior audiên­cia da história da Band foi a final do Mundial da FIFA de 2000, ven­cido pelo Corinthi­ans, com 53 pon­tos de audiên­cia, e dos últi­mos 20 recordes de audiên­cia esportiva da rede Globo 11 são do Corinthians?
PAI – Car­alho, moleque! O que é isso? Resolveu pegar no meu pé agora?
FILHO – Claro que não, Pai. Mas, não importa. Vamos falar de grandes per­son­al­i­dades do mundo, afi­nal estou vendo que o sen­hor já está ficando estres­sado. A maior can­tora do Brasil de todos os tem­pos, Elis Regina, essa era são paulina, né, pai?
PAI – Não! Corintiana.
FILHO – Tudo bem, mas o maior ídolo do esporte brasileiro de todos os tem­pos, Ayr­ton Senna, esse era campeão, tinha que ser são paulino, não é mesmo?
PAI – Não! Corintiano.
FILHO – Beleza, Pai. Não estressa! Vamos sair do esporte. O homem mais rico do Brasil, o maior empresário que existe no país, Anto­nio Ermírio de Moraes, esse sim é tri­color, não é?
PAI — Não! Corintiano.
FILHO – Porra, pai. Tá ficando difí­cil. Vamos mudar de novo. O pres­i­dente da república, o homem mais impor­tante da nação. Esse só pode ser tricolor.
PAI – Não! Corintiano.
FILHO – E o ante­rior a ele, o Fer­nando Hen­rique, esse sim, hein, Pai?
PAI – Não! Corintiano.
FILHO – Mas o outro antes dele era, né, Pai? O Itamar.
PAI – Não! Cor­in­tiano também.
FILHO – Caramba, pai! Assim não tem jeito. Vamos mudar de sexo, então. Vamos falar das mul­heres. A grande Marta, mel­hor jogadora do mundo do fute­bol fem­i­nino, a Hortên­cia, maior jogadora de todos os tem­pos do bas­quete, a Dayane dos San­tos, maior ginasta do país, pelo menos uma delas é são paulina, não é mesmo?
PAI – Não! Todas corintianas!
FILHO – Tá de sacan­agem, né, Pai?! Ninguém impor­tante é são paulino?
PAI – Claro que sim… tem sim. Aquele… o grande, o inter­na­cional­mente con­hecido vocal­ista do Ira, o Nasi!
PAI – Chegaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, moleque! Assim não dá! O que mais você quer saber? Já can­sei dessas per­gun­tas irritantes.
FILHO – Tá bom, Pai, acho que exagerei. Vamos fazer o seguinte, me leva pro Morumbi, vamos ver um jogo do tricolor.
PAI – Não dá!
FILHO – Por que, pai?
PAI – Porque não temos carro.
FILHO – Tudo bem, vamos de metrô!
PAI – Não passa lá.
FILHO – Tá, então vamos de ônibus.
PAI – Só pegando dois e ainda cor­re­mos o risco de não ter pra volta por causa do horário.
FILHO – Caramba, Pai. De que vale ter um está­dio grande se a gente não pode ir pra lá numa quarta-feira à noite? O Pacaembú é alu­gado, mas a tor­cida do Corinthi­ans pode ir. Será que é por isso que toda quarta-feira eles jogam pra 20, 30 mil pes­soas enquanto o São Paulo joga pra 3 mil?
PAI — (RESPIRA FUNDO E CONTA ATÈ MIL)
FILHO – Calma, paiz­inho, não fique ner­voso. Sem­pre somos mel­hores em alguma coisa. Pelo menos somos chama­dos de bam­bis enquanto eles são chama­dos de gam­bás. Bambi é um bicho forte, valente, perigoso, voraz, não é pai?
PAI – (CHORANDO) Nããããooo, seu des­graçado! Não é! É um per­son­agem de Walt Dis­ney. Tá sat­is­feito agora, seu bobo? !!!
FILHO – (MUITO P…) Chega, Pai! Assim não dá. Eles tem mais tor­cida, man­dam no nosso está­dio, tem mais vitórias em cima da gente, tem mais torce­dores ilus­tres, jogam em um está­dio bem local­izado, tem apelido macho, enquanto somos chama­dos de bam­bis, dão mais audiên­cia na TV e o sen­hor ainda quer que eu seja são paulino, pai?
PAI – (UM SILÊNCIO SEM FIM)

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